segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A culpa sempre é do mordomo...


O mordomo do papa Bento XVI, o italiano Paolo Gabriele, e outro empregado do Vaticano serão processados pelo roubo e vazamento dos documentos da Santa Sé, segundo a sentença do juiz do Tribunal de Estado do Vaticano, Piero Antonio Bonnet. O Vaticano entregou nesta segunda-feira aos meios de comunicação dois documentos sobre o caso Gabriele: o pedido de processo por parte do promotor de Justiça do Vaticano, Nicola Picardi, e a sentença de Bonnet.

Junto com Gabriele, de 46 anos, acusado de “roubo com agravante”, o juiz acusa também o italiano Claudio Sciarpelleti, de 48 anos, “por ter favorecido o roubo com agravante de violação de segredo”. Os acusados serão julgados depois de 20 de setembro, quando os tribunais do Vaticano voltarem de recesso. Se for condenado, a pena de Gabriele pode variar entre um e seis anos, informou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Sciarpelleti é um técnico de informática da Secretária de Estado, amigo de Gabriele, e foi investigado um dia depois da detenção do mordomo do papa, disse o porta-voz do Vaticano. O técnico esteve detido durante apenas uma noite e na manhã seguinte foi posto em liberdade, porque os magistrados consideraram que não era necessário mantê-lo preso, ao contrário de Gabriele, que está em prisão domiciliar desde 21 de julho e assim permanecerá até o julgamento, disse Lombardi. 



Gabriele admitiu ter cometido o crime com o objetivo “melhorar a situação que se vive no interior do Vaticano e nunca para prejudicar a igreja e seu pastor”, explicou na sentença. Sobre Sciarpelleti, Lombardi sustentou que “o único motivo pelo qual foi acusado é porque tinha uma relação de amizade com Gabriele e não foi considerado como um cúmplice”. 
Vazamentos - O escândalo dos vazamentos dedocumentos confidenciais da Santa Sé veio a tona no começo do ano, quando um canal de televisão italiano divulgou cartas enviadas a Bento XVI pelo núncio nos EUA, Carlo Maria Viganó, nas quais denunciava a “corrupção, má-fé e má gestão” na administração do Vaticano. Em meados de abril, o papa criou uma comissão para esclarecer o roubo e o vazamento de centenas de documentos privados, e em 19 de maio o livro “Sua Santidade”, de Gian Luigi Nuzzi, foi lançado com uma centena de novos documentos secretos do Vaticano que revelam tramas e intrigas no pequeno Estado.


Fonte: (Com agência EFE)

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